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Brasil faz 1º censo de vacinas em 14 anos de olho no combate à Covid-19

Publicação: 13 de janeiro de 2021

Entre as principais preocupações estão a queda na busca de imunizantes, a falta de cadastro único e o esquecimento de ameaças como sarampo e poliomelite

RIO — O Brasil espera ansiosamente em 2021 a chegada de vacinas para conter a pandemia do novo coronavírus. Mas o ano começa com um acerto de contas com outras e antigas doenças. Neste mês, pesquisadores do primeiro censo de vacinas no país em 14 anos vão bater à porta de famílias de Norte a Sul para descobrir a quantas anda a nossa vacinação.

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Mesmo tendo um dos melhores programas de imunização do mundo, o país tem visto a cobertura vacinal cair drasticamente. Metade das 15 vacinas do calendário infantil não alcança a meta desde 2015, inclusive a da poliomielite. Com o resultado desse censo, poderão ser traçadas estratégias para reverter uma tragédia que levou ao retorno do sarampo.

A epidemiologista Carla Domingues, que por oito anos (de 2011 a 2019) esteve à frente do Programa Nacional de Imunizações (PNI), agora coordena, sob encomenda do Ministério da Saúde, com o professor José Cassio de Moraes, este novo Inquérito de Cobertura Vacinal.

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A seguir, a epidemiologista dá detalhes do projeto:

Três mil crianças

“O inquérito vacinal é como um censo. Além de avaliar as coberturas, vai buscar informações sobre os motivos da não vacinação. O trabalho será feito numa primeira etapa com 3 mil crianças das capitais brasileiras. A opção foi por nascidos em 2017, pois esse período abarca todo o calendário vacinal infantil, que deve ser concluído aos 2 anos de idade. O critério de seleção das famílias será censitário, com sorteio de endereços.”PUBLICIDADE

Vacinação no Brasil

“O último inquérito foi realizado em 2007. O Brasil só tem estimativas e precisa urgentemente de dados reais e atualizados porque isso impacta na estratégia de cobertura. A gente não sabe de fato quantas pessoas são vacinadas no país.”

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Dados confusos

“Há muita confusão. Uma pessoa que tenha se mudado e se revacinado pode contar como dois indivíduos. Se ela perde a caderneta, tem que ser revacinada. Temos municípios com 300% de cobertura para algumas vacinas, o que sabemos que não pode ser verdade.”

Cadastro único

“Até hoje o Brasil não tem um cadastro nominal único em todo o território. Além disso, 3% das salas de vacinação ainda não são informatizadas. Um cadastro completo trará imenso benefício e vai mostrar onde está a população não vacinada.”

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Queda da cobertura

“A cobertura de todas as vacinas caiu nos últimos quatro anos, inclusive a BCG, que protege contra a tuberculose e é aplicada ainda na maternidade. Isso impressiona muito. O inquérito busca responder o porquê. Temos hipóteses, que atuam juntas. Há problemas de acesso, distribuição e convicção.”

Fonte: https://oglobo.globo.com/sociedade/vacina/brasil-faz-1-censo-de-vacinas-em-14-anos-de-olho-no-combate-covid-19-24821667?fbclid=IwAR1sl0tklohVxR-orf79Bg37MeyM8TACJlpvgW1pb_Pe3IeIzNFOMhGpp2o

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