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Covid-19 infectou 75% das prisões de SP; mortes ocorreram em 24 cadeias

Publicação: 10 de fevereiro de 2021

O detento José Iran Alves da Silva, 67, apresentou sintomas da covid-19 na Penitenciária 2 de Sorocaba, no interior de São Paulo, e teve de ser levado ao pronto-socorro da cidade no dia 9 de abril do ano passado. Dez dias depois, já na Santa Casa do município, foi o primeiro preso do estado a […]

O detento José Iran Alves da Silva, 67, apresentou sintomas da covid-19 na Penitenciária 2 de Sorocaba, no interior de São Paulo, e teve de ser levado ao pronto-socorro da cidade no dia 9 de abril do ano passado. Dez dias depois, já na Santa Casa do município, foi o primeiro preso do estado a morrer em decorrência do vírus.

Ele estava preso desde abril de 2016, sob acusação de estupro de vulnerável em Campinas. Idoso, Silva era hipertenso e fazia um tratamento na próstata, o que, segundo médicos da Santa Casa de Sorocaba, pode ter agravado seu estado de saúde.

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A Penitenciária 2 Doutor Antonio de Souza Neto, que abrigava Silva, é uma das mais críticas com relação à transmissão da covid-19 no sistema penitenciário paulista. De acordo com dados da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), obtidos pelo UOL via LAI (Lei de Acesso à Informação), a unidade foi a que teve mais mortes e a terceira com mais registros de contaminação.

Desde o início da pandemia, em março, até 31 de dezembro de 2020, a SAP informou via LAI que 5% do total de presos do estado (216 mil) foram contaminados pelo novo coronavírus. A população em geral de São Paulo, de 46.289.333 de habitantes, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), teve 3,5% de contaminados ou 1.628.277 pessoas.

35 mortes em 24 presídios diferentes

Ao todo, 11.469 presos do estado foram contaminados pelo vírus:

  • 11.381 se recuperaram,
  • 35 morreram,
  • 53 permaneciam em tratamento até o final do ano.

O número de presos infectados representa 0,7% do total de pessoas que tiveram teste positivo para a covid-19.

A única unidade prisional que registrou morte em dezembro foi a de Itaí. Ao todo, os 35 óbitos foram registrados em 24 presídios diferentes. De acordo com a SAP, houve contaminados em 133 das 177 unidades prisionais, o que representa 75% do total.

De acordo com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), até o fim do ano passado, 41.971 presos foram infectados por covid-19 em todo o Brasil. Desse total, São Paulo corresponde a 27%. Desse total de infectados, 40,6% estavam no Sudeste, 22,2% no Centro-Oeste, 15,3% no Sul, 15% no Nordeste e 6,9% no Norte.

Ao todo, 129 detentos morreram no país em decorrência da contaminação pelo vírus até o final do ano passado, ainda segundo o CNJ. A taxa de óbitos em presídios de São Paulo por covid-19 também se mantém em 27% quando comparada com o restante do país.

Superlotação em unidades mais críticas

A unidade prisional de Sorocaba está superlotada. Com capacidade para 757 presos, segundo a SAP, a unidade abrigava, até 15 de janeiro de 2021, 1.709 pessoas. Ou seja, mais do que o dobro de sua capacidade. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma das principais medidas contra a transmissão é o distanciamento.

Ao todo, 878 dos presos da unidade se contaminaram com o vírus, ainda de acordo com a SAP, que representa 51% do total de pessoas enclausuradas no local. Do total de infectados, 873 se recuperaram. Atualmente, não há caso de contaminação registrada e em acompanhamento na unidade.

Em números absolutos, o presídio paulista que registrou mais contaminações de covid-19 é o CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de Hortolândia, que também está superlotado: são 1.851 detentos para um local que tem capacidade de abrigar 1.125. Os dados mostram que 55% do total dos presos na unidade se infectaram. Apenas um dos presos do local não se recuperou e morreu.

Fonte: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2021/01/20/covid-19-infectou-75-das-prisoes-de-sp-mortes-ocorreram-em-24-cadeias.htm?fbclid=IwAR2SwBIUS5XeCV1J0zDlljwzLGokxAYjxzR-qLnSrCbOkDRORMF-RKwccHo

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