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Disparidade nas taxas de mortalidade entre estados evidencia impacto da resposta do poder público

Publicação: 19 de agosto de 2020

Taxa de mortalidade da covid-19 varia de 15,1 a 87,8 por 100 mil habitantes nos estados; ‘Faz mais sentido pensar em epidemias regionais do que em curva epidêmica nacional’, diz epidemiologista.

Ainda em curso, a epidemia do novo coronavírus que já matou mais de 100 mil pessoas no Brasil não afetou os estados da mesma forma. Embora a taxa de mortalidade da covid-19 no Brasil esteja em 46,3 por 100 mil habitantes, ela varia de acordo com a unidade da Federação. E as diferentes taxas são uma evidência de que a resposta do poder público faz diferença na dimensão da tragédia.

A análise é do infectologista Julio Croda, ex-diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis (DEIDT) do Ministério da Saúde. “Nessa história dos 100 mil óbitos tem várias histórias”, afirma. 

O menor número do indicador, que considera o total de vítimas do novo coronavírus pela população local, é registrado em Minas Gerais (15,1). Do outro lado, está Roraima (87,8). O estado no Norte é seguido por Ceará (86,1), Rio de Janeiro (80,2), Amazonas (80) e Pernambuco (70,7). No total, 17 unidades da Federação estão acima da média nacional. 

“Todos acima da média poderiam ter um apoio do governo federal no sentido de tentar equilibrar as medidas tanto de distanciamento quanto de assistência na oferta de leitos de terapia intensiva para evitar esses óbitos”, diz Croda.

Os números irão mudar porque a epidemia ainda está longe de acabar no Brasil. Há um processo de interiorização e também de deslocamento do Norte e Nordeste para o Sul e Centro-Oeste.

“Faz menos sentido pensar numa curva epidêmica nacional para o Brasil, que é um país de dimensão continental, e mais pensar em epidemias regionais, cada um com um tempo diferente, com evoluções diferentes, taxas de propagação diferentes e suas especificidades”, afirma o epidemiologista Ricardo Kuchenbecker, professor da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e gerente de risco do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Também há um atraso nos dados oficiais e indícios de subnotificação em estados com indicadores de óbitos por covid-19 mais baixos. É o caso daqueles em que houve uma explosão de mortes por SRAG (síndrome respiratória aguda grave) de 2019 para 2020, como Minas Gerais. 

Veja na Integra: https://www.huffpostbrasil.com/entry/taxa-mortalidade-covid-estados_br_5f2dd44ac5b6e96a22b2a021

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