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Doenças socialmente determinadas: saiba mais sobre a tuberculose

Publicação: 26 de junho de 2023

Em ação inédita, Governo Federal lançou comitê interministerial para eliminação de doenças que acometem as populações de maior vulnerabilidade social

As mortes de figuras históricas por tuberculose – como o imperador Dom Pedro I, o inventor do alfabeto para portadores de deficiência visual, Louis Braille e o compositor Noel Rosa – fazem muitas pessoas acreditarem que essa é uma doença do passado. No entanto, ela continua sendo um importante problema de saúde pública nos dias atuais. De acordo com a base de dados final do Sistema de Informação sobre Mortalidade para o ano de 2021, publicada em maio de 2023 pelo Ministério da Saúde, 5.120 pessoas morreram de tuberculose no Brasil, o maior número de óbitos desde 2002, quando 5.162 faleceram.

Para evitar a ocorrência de óbitos por tuberculose, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são muito importantes. A doença tem cura e tanto o diagnóstico quanto o tratamento são oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Contudo, a doença está ligada a determinantes sociais relacionados à pobreza e à exclusão social que podem dificultar a obtenção de informações sobre o tema.

As populações vulnerabilizadas com maior risco de adoecimento são consideradas prioritárias pelo Ministério da Saúde. Pessoas em situação de rua, por exemplo, possuem 54 vezes mais risco de adoecer do que a população geral. Já as pessoas privadas de liberdade, pessoas vivendo com HIV e povos indígenas possuem, respectivamente, 23, 19 e três vezes mais risco de adoecer do que a população geral. Ambientes fechados, mal ventilados, com ausência de luz solar e com aglomeração de pessoas são fatores que aumentam a chance de transmissão. Vale ressaltar, ainda, que a maioria dos óbitos por tuberculose registrados em 2021 – 64,6% – ocorreram em indivíduos pretos ou pardos.

Os serviços de saúde, ao identificarem pessoas com tuberculose em situação de vulnerabilidade, devem orientá-las a buscar os serviços da assistência social, especialmente o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), para avaliação das condicionalidades e posterior cadastramento para o acesso aos benefícios disponíveis. Os programas sociais melhoram as condições de vida desses pacientes e contribuem para a adesão ao tratamento, que deve ser feito até o final (o tratamento tem duração de seis meses), mesmo com o desaparecimento dos sintomas. Abandonar o tratamento pode agravar a doença e resultar no desenvolvimento de resistência aos antibióticos.

O Brasil faz parte dos países prioritários para o enfrentamento à doença, elencados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e está entre os 30 países do mundo com maior índice de transmissão. Desde 2017, o país segue um plano nacional, alinhado à Estratégia Global da OMS, com quatro fases de execução e duas metas principais até 2030: reduzir a incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e o número de mortes para menos de 230 óbitos por ano. Esses resultados representarão o fim da tuberculose como problema de saúde pública. Atualmente, o Brasil está na segunda fase de execução do plano.

O diagnóstico precoce é fundamental para o alcance dessas metas, pois permite o início do tratamento no tempo correto, ampliando as chances de cura, especialmente para a população mais vulnerável. Por isso, a partir de 2023, o Ministério da Saúde disponibilizou um novo teste de urina para o diagnóstico em pessoas vivendo com HIV com imunodepressão avançada.

Outra ação essencial para evitar casos graves é recuperar as altas coberturas da vacina BCG, que possui indicação de uma dose para recém-nascidos. Até 2018, esse índice se mantinha acima de 95%, meta estabelecida pelo Ministério da Saúde. Entretanto, a partir de 2019, a cobertura não ultrapassou os 88%. Para reverter esse cenário, a nova gestão do governo federal lançou o Movimento Nacional pela Vacinação, com o objetivo de fortalecer as ações de vacinação e resgatar a confiança da população nas vacinas.

A transmissão da tuberculose acontece por via respiratória, pela eliminação de pequenas partículas (chamadas de aerossóis) produzidas pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa sem tratamento e com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea). O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse, que pode ser seca ou com catarro. Outros sintomas comuns são febre vespertina, (geralmente baixa), sudorese noturna e emagrecimento. Em caso de sintomas, é necessário procurar a unidade de saúde mais próxima da residência para avaliação e realização de exames.

Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/junho/doencas-socialmente-determinadas-saiba-mais-sobre-a-tuberculose

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