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É preciso ficar de olho nas pandemias silenciosas em 2025, afirma pesquisador
De acordo com Conor Meehan, professor associado de Bioinformática Microbial na Universidade de Nottingham Trent, na Inglaterra, existem pelo menos três doenças infecciosas que é preciso observar ao longo dos próximos anos
De acordo com Conor Meehan, professor associado de Bioinformática Microbial na Universidade de Nottingham Trent, na Inglaterra, em artigo para a revista The Conversation, existem pelo menos três doenças infecciosas que é preciso observar ao longo dos próximos anos: a malária, causada por um parasita; o HIV, causado por um vírus; e a tuberculose, causada por uma bactéria.
Juntas, essas três patologias dizimam cerca de 2 milhões de pessoas anualmente.
Já o HIV, que afeta principalmente pessoas em situação de vulnerabilidade, tem registrado um aumento de casos no país: em 2023, a taxa chegou a crescer 4,5%, de acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV e AIDS de 2024, embora a mortalidade por AIDS tenha avistado uma diminuição (alcançou 3,9 óbitos em 2023, a menor taxa desde 2013).
Dos casos notificados da doença, 63,2% ocorreram em pessoas pretas e pardas; 53,6% entre homens que fazem sexo com outros homens; e 37,1% entre pessoas na faixa etária de 20 a 29 anos.
Em 2023, foram registrados 10.338 óbitos por AIDS no Brasil.
A tuberculose, por sua vez, registrou o maior número de casos mundiais em 2022, e o maior número desde que a doença começou a ser monitorada, em 1995: foram 7,5 milhões de novos diagnósticos. De acordo com o Ministério da Saúde, são notificados pelo menos 80 mil novos casos e 5,5 mil mortes anuais pela doença, causada por uma bactéria que afeta os pulmões (Mycobacterium tuberculosis). A doença ocorre com mais frequência em pessoas que convivem com HIV, especialmente em comprometimento imunológico.
A bactéria causadora da tuberculose já faz parte da lista da Organização Mundial de Saúde que classifica os principais patógenos de resistência antimicrobiana (isto é, aqueles patógenos críticos, de alta e média pioridade, de acordo com o impacto global da crescente resistência às terapias antibacterianas).
A lista abrange pelo menos 24 patógenos, dentre as quais há 15 famílias bacterianas resistentes a antibióticos — inclusive a Mycobacterium tuberculosis.