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Falta de médicos tem prejudicado o atendimento de pessoas com tuberculose no Instituto Clemente Ferreira, denunciam funcionários; Governo responde que está em discussão formas de ampliar a assistência

Publicação: 23 de maio de 2023

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O Instituto Clemente Ferreira, instituição pioneira no combate à tuberculose no Brasil, está quase fechando as portas por falta de recursos humanos. A afirmação é de profissionais da saúde que trabalham no local. Eles denunciaram, por meio de carta aberta, a demanda reprimida e falta de médicos. Fundado em 1913, o Instituto, de responsabilidade do Governo do Estado de São Paulo, é considerado um ambulatório de nível terciário, referência para os municípios do Estado de São Paulo, na abordagem da tuberculose e outras doenças pulmonares.

No documento, a classe se posicionou alegando que o efetivo médico vem sendo reduzido gradualmente, acarretando progressiva redução nos atendimentos e aumento de demanda reprimida. Atualmente, segundo os profissionais, o serviço encontra-se sufocado a tal ponto que coloca em risco em curto prazo a viabilidade de manutenção dos atendimentos pelos quais a instituição é responsável.

“Os recursos humanos da área médica encontram-se extremamente carecidos e, até o momento, não há perspectiva definida por parte do Governo do Estado de garantia de recomposição da equipe. Pedimos encarecidamente a compreensão e um olhar atento e zeloso para que isso não ocorra. Rogamos o apoio na intervenção junto aos representantes gestores para que haja ação urgente e imediata de contratação de mais profissionais médicos para que possamos cumprir a missão longeva e histórica do Instituto Clemente Ferreira, que foi criado justamente para atendimento aos mais necessitados e que hoje atende a todos os cidadãos, sem distinção de qualquer origem”, diz um trecho da carta aberta.

À Agência Aids, uma das colaboradoras da equipe do Instituto Clemente Ferreira, que não quis ser identificada, reiterou que a redução no quadro tem gerado potenciais impactos na qualidade do serviço prestado. De acordo com ela, caso o problema não seja solucionado em regime de urgência, o instituto corre o risco de paralisar integralmente suas atividades e adesão de novos pacientes.

“Há outras dificuldades, mas o deflagrador maior é essa carência de profissionais, principalmente médicos. Recentemente alguns profissionais foram absolvidos do instituto, mas com a equipe médica aconteceu o contrário, foi reduzida”, disse.

Ainda segundo os funcionários, até o mês de março, haviam 3 médicos com vínculo temporários, que auxiliaram na mitigação da situação.  “No ano passado, o quadro de funcionários era composto por aproximadamente 70 pessoas. Entre o final de 2022 e início de 2023 foram transferidos diversos servidores do Hospital Pérola Byington e Creatod para o ICF – Instituto Clemente Ferreira. Hoje, a equipe conta com mais de 100 servidores. O atendimento foi reduzido em cerca de 1/5 e a equipe médica hoje tem apenas 1/3 de profissionais especialistas que já teve. Atualmente, são 5 médicos ativos e mais uma médica na gestão.”

Casos de TB em São Paulo

Os dados oficiais da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo apontam que, em 2022, durante todo o ano, 18.654 novos casos de tuberculose foram confirmados no estado, sendo destes, 2.984 casos registrados somente entre janeiro e fevereiro. Em 2023, nos dois primeiros meses, 2.777 diagnósticos já foram confirmados.

Tuberculose pulmonar ultrapassa fronteiras de presídios e favelas no Brasil - BBC News Brasil

Os colaboradores do Instituto Clemente Ferreira garantem que na instituição há um bom aporte, uma estrutura laboratorial e os pacientes gozam de atendimento nutricional, psicológico, fisioterapêutico… tudo oferecido em um só lugar. “A dificuldade maior refere-se a rede de apoio, na realização de alguns tipos específicos de diagnósticos e procedimentos cirúrgicos. Corremos atrás, temos uma equipe engajada, temos uma boa estrutura interna multiprofissional e laboratorial naquilo que nos compete, mas na rede de apoio enfrentamos dificuldades.”

“Não deixamos de atender ainda, mas estamos em fase aguda, mas não sei até por quanto tempo isso será possível. A gente está inteiramente fazendo de tudo para que o paciente não seja penalizado, porém tenho a preocupação de que, caso a equipe não seja recomposta em breve, nem isso conseguiremos continuar a fazer.”

Clique aqui e leia a nota na íntegra

Outro lado

A Agência Aids entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Estado solicitando esclarecimento. Em nota, a Secretaria informou que em 26 de abril reuniu-se com a direção do Instituto Clemente Ferreira para entender a necessidade de recursos humanos para a unidade. A questão segue sendo analisada a fim de encontrar formas de contratação de profissionais especializados.

A Secretaria de Saúde do Estado (SES) de São Paulo informa que, na última quarta-feira (26), reuniu-se com o Instituto Clemente Ferreira para entender a necessidade de recursos humanos para a unidade. A pasta, que está analisando formas de contratação de profissionais especializados, afirma ainda que mantém constante diálogo com os gestores de saúde para discutir formas de apoiar o fortalecimento e ampliar a assistência necessária para a população local.

O Instituto

O Instituto Clemente Ferreira, fundado em 1913, pela iniciativa privada, é pioneiro e considerado referência no combate à tuberculose e outras doenças respiratórias.

Desde 1934, o serviço passou a ser administrado pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado de Saúde.

Instituto Clemente Ferreira - Descubra Sampa - Cidade de São Paulo

A instituição carrega o nome de um dos médicos pioneiros e principais ativistas do Movimento de Luta contra a Tuberculose. Clemente Miguel da Cunha Ferreira, nascido em Resende, Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1857, formou-se médico na década de 1880 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

Desde que defendeu sua tese de graduação sobre tísica pulmonar, mais conhecida como Tuberculose, o médico se mostrou cada vez mais interessado na temática e se manteve engajado na pauta.

Fonte: https://agenciaaids.com.br/noticia/falta-de-medicos-tem-prejudicado-o-atendimento-de-pessoas-com-tuberculose-no-instituto-clemente-ferreira-denunciam-funcionarios-governo-responde-que-esta-em-discussao-formas-de-apoiar-o-fortalecimen/

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