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Hanseníase, malária, tuberculose: pandemia reduz combate a doenças que afetam os mais pobres

Publicação: 28 de abril de 2021

Dengue, doença de Chagas, leishmaniose, hanseníase, malária, esquistossomose e tuberculose são consideradas doenças negligenciadas

Hanseníase, esquistossomose, doença de Chagas, leishmaniose, malária, hepatites, filariose linfática… a lista é grande.

Com a emergência de saúde pública criada pela covid-19, o combate a doenças que mesmo antes da pandemia já recebiam pouca atenção piorou dramaticamente. Estas enfermidades costumam ser classificadas pela comunidade científica como “doenças negligenciadas”.

O termo se refere a doenças infecciosas que atingem um grande número de pessoas e afetam principalmente as populações mais pobres.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, as chamadas doenças negligenciadas podem afetar até 1,6 bilhão de pessoas em todo o mundo. Elas estão principalmente na Ásia, na África e na América Latina.

Mesmo antes da pandemia, elas já recebiam poucos investimentos da indústria farmacêutica porque, para muitos especialistas, tanto os remédios quanto os tratamentos renderiam pouco lucro a laboratórios.

Esta é a visão de Jadel Kratz, um especialista em doenças negligenciadas que chefia a área de Pesquisa e Desenvolvimento da DNDI (Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas), uma entidade sem fins lucrativos que defende o combate a essas enfermidades.

Enquanto o mundo concentra esforços no combate à covid-19, pesquisas e estudos clínicos sobre as doenças negligenciadas foram interrompidos. E faltam remédios para pacientes, afirma Kratz em entrevista à BBC News Brasil.

“Doenças que estavam muito próximas de serem controladas, ou erradicadas, ou de atingirem os objetivos de combate da OMS talvez tenham retrocessos”, diz o pesquisador.

Ele alerta que iniciativas importantes para o diagnóstico destas doenças em diversas universidades foram paralisadas com a pandemia. E aponta que elas são essenciais, já que muitas das pessoas afetadas não têm acesso ao sistema de saúde e, no fim das contas, podem nem saber que estão doentes.

As consequências podem ser graves, incluindo o risco de gerarem comorbidades que tornem as infecções por covid-19 ainda mais graves, explica Kratz.

“São doenças que têm problemas de resistência a medicamentos. Então, se o paciente interromper o tratamento, aquele mesmo tratamento talvez já não seja eficaz lá na frente.”

Para Kratz, este cenário torna ainda mais importante o controle da epidemia de covid-19 o mais rápido possível.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/geral-56610913?fbclid=IwAR0wwqYMwbrlJMTTh2w9auadM3TCAb74bSHruBMVCUfR2L31IK7-HHJYG6M

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