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Infectologista: erros do governo brasileiro no combate à COVID-19 não foram aleatórios

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O mundo caminha para o terceiro ano de enfrentamento à pandemia com a vacinação em curso e as incertezas lançadas pela variante Ômicron. A Sputnik Brasil ouviu especialistas para traçar o cenário brasileiro no combate à COVID-19 em 2022.O Brasil termina 2021 com quase 620 mil óbitos e 22 milhões de casos de COVID-19 acumulados. Apesar de o ano ter sido muito mais letal do que o anterior – cerca de 420 mil mortes causadas pela doença ocorreram neste ano – o avanço da vacinação gerou uma mudança drástica de cenário. Se em abril a média de mortes diárias no país passava de 3.000 óbitos, após a vacinação completa de 67% da população brasileira essa média gira em torno de 100 óbitos diários.Um levantamento da Sputnik Brasil com base em dados do site Our World in Data mostra que dezembro de 2021 foi o mês com menos mortes registradas por COVID-19 desde o início da pandemia. Diante do aparente otimismo traduzido dos dados, nas ruas brasileiras a população vive um clima de quase normalidade, apesar da continuidade do uso de máscaras.

Coveiro com traje de proteção segura flor durante enterro de pessoa falecida por COVID-19 no Cemitério da Vila Formosa, em São Paulo, no Brasil, no dia 23 de março de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 31.12.2021

Coveiro com traje de proteção segura flor durante enterro de pessoa falecida por COVID-19 no Cemitério da Vila Formosa, em São Paulo, no Brasil, no dia 23 de março de 2021© REUTERS / Amanda PerobelliEm relatório publicado na semana passada, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que tem sido fundamental no enfrentamento à crise sanitária com dados, análises e fabricação de imunizantes, elencou desafios a serem enfrentados no combate à pandemia no Brasil em 2022.Para a Fiocruz, o ano começará sob a ameaça da variante Ômicron, do apagão de dados no Ministério da Saúde e também da politização do enfrentamento à pandemia. A Sputnik Brasil ouviu especialistas para discutir esses pontos.

Crianças estão vulneráveis diante de ameaça da Ômicron, apontam especialistas

Segundo a Fiocruz, a chegada da variante Ômicron ao Brasil cria um cenário de incertezas semelhante ao observado quando a variante Gama foi descoberta no país no final de 2020. A Gama levou o Brasil ao pior pico da doença até agora.Na última semana de dezembro diversos países bateram recordes de casos de COVID-19 enquanto a Ômicron se espalha a uma velocidade inédita. Nos Estados Unidos, mais de 500 mil casos foram registrados em apenas um dia, enquanto no Reino Unido foram mais de 300 mil. França e Espanha viram cifras acima de 200 mil, e a Argentina passou de 50 mil casos detectados.

Profissional da saúde israelense aplica uma dose da vacina Pfizer em uma criança de 6 anos em Jerusalém, em 23 de novembro de 2021© AFP 2021 / Menahem KahanaPara a epidemiologista Ethel Maciel, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o ano de 2022 ainda será desafiador no manejo da pandemia, uma vez que há uma grande parcela da população mundial que não foi vacinada – pouco mais de 49% da população do planeta está totalmente imunizada. Para o Brasil, a pesquisadora ressalta que o foco deve ser vacinar as crianças e aumentar a aplicação das doses de reforço, que chegou a apenas 12% dos brasileiros.Apesar dos alertas, a especialista acredita que a situação em 2022 deve ser melhor que a dos dois anos anteriores devido à oferta de vacinas e de medicamentos com eficácia comprovada para o tratamento da COVID-19.

Fonte: https://br.sputniknews.com/20211231/infectologistas-vacinacao-precisa-avancar-para-conter-omicron-e-negacionismo-em-2022-20874165.html