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Manaus registra mais de 100 casos de tuberculose entre migrantes nos últimos quatro anos

Publicação: 1 de outubro de 2020

Dados são de 2017 até agosto de 2020. Estudo feito pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) monitora casos e busca soluções para o problema.

Dados da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa) apontam que a capital amazonense registrou, desde 2017, 105 casos de tuberculose entre migrantes. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (22) e apontam ainda que a cidade registrou, no total, durante mesmo período, 2.296 casos da doença, somando habitantes e migrantes.

O maior número de casos da doença entre migrantes foi registrado em 2019. Segundo a Semsa, foram 37 casos. Em 2020, até o mês de agosto, outros 36 também foram registrados. Em 2018, 18 e em 2017, 14. No levantamento geral, 2019 também foi o ano em que teve o maior número de casos da doença incluindo não apenas migrantes. Ao todo, foram 2.347 notificações. A média anual é de 2.296.

Em 2018, o Amazonas chegou a liderar o ranking brasileiro em incidência da tuberculose, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS). Até março daquele ano, foram registrados 497 casos da doença em todo o estado, sendo que 370 das ocorrências foram apenas em Manaus.

Uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), monitora a situação dos casos entre migrantes na capital. O estudo intitulado “Tuberculose e migrantes nos países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul): o caso do Brasil”, conta com a participação do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e o apoio da Prefeitura de Manaus.

Para execução das ações, a cidade recebeu durante o mês de setembro uma equipe de especialistas da Ufes, que realizou entrevistas em locais que abrigam os indígenas venezuelanos da etnia warao, com o objetivo de entender a dinâmica de saúde nessa população. Na segunda-feira (21) foram iniciadas as ações para identificar pessoas com sintomas respiratórios, com a realização de exames para a detecção da doença. A previsão é que a pesquisa seja concluída no final de outubro.

“A população migrante é considerada uma população vulnerável à tuberculose devido ao processo de deslocamento nos territórios, quando passam por situações de estresse frequente, decorrente da escassez de alimentos, das dificuldades de comunicação, das condições habitacionais e laborais precárias, passando boa parte do tempo em aglomerados com pouca infraestrutura sanitária. Assim, fatores internos e externos podem conduzir a falhas do sistema imunológico”, explicou o chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose, da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), em Manaus, enfermeiro Daniel Sacramento.

Ainda de acordo com o enfermeiro, a pesquisa foi organizada em três fases e está sendo executada também em Boa Vista (RR), São Paulo (SP) e Curitiba (PR).

“A terceira fase é a implementação de um estudo, para avaliar uma intervenção de cuidado relacionado à tuberculose em população migrante. A expectativa é que os resultados da pesquisa possam contribuir com a elaboração de políticas locais, nacionais e globais, que orientem a construção de planos de atenção à saúde, com ênfase na tuberculose, para populações migrantes”, informa Daniel.

O público-alvo da pesquisa é formado por qualquer pessoa estrangeira com 18 anos ou mais, que esteja residindo provisória ou permanentemente em Manaus e aceite participar da pesquisa. Os pesquisadores utilizam material gráfico para orientação em português, espanhol e warao, como forma de auxiliar no recrutamento dos migrantes para a pesquisa.

Diagnóstico e transmissão

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela microbactéria Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch (BK), que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas do corpo humano. O principal sintoma da tuberculose é a tosse. Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório – pessoa com tosse por duas semanas ou mais – seja examinado.

Para o diagnóstico da doença são realizados exames, como, baciloscopia, teste rápido molecular para tuberculose e cultura para microbactéria, além da investigação complementar por exames de imagem.

A tuberculose é uma doença de transmissão aérea. Ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa lançam no ar partículas em forma de aerossóis, que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas. O tratamento é gratuito e disponibilizado no Sistema Único de Saúde (SUS), com duração de, no mínimo, seis meses. Todos os pacientes que seguem o tratamento corretamente ficam curados.

Fonte: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2020/09/23/manaus-registra-mais-de-100-casos-de-tuberculose-entre-migrantes-nos-ultimos-quatro-anos.ghtml?fbclid=IwAR3tS8D5sPXVfD7VQDhjzkDnIoFuSg3dGse15N4_DpUhssVxre8UBjT66EQ

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