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Pesquisadoras da UFSCar apontam desafios no combate à tuberculose

Publicação: 21 de abril de 2021

Mesmo com vacina e tratamento, doença segue problema grave no Brasil; entenda mais sobre o diagnóstico e tratamento

Mesmo com vacina, tratamento e cura, a tuberculose é uma das dez principais causas de morte no mundo. Como forma de conscientização, pesquisadoras da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) apontaram os principais desafios no combate à doença, principalmente com a população mais vulnerável.

Dados do Ministério da Saúde indicam 73.865 casos em 2019 no País, com queda de 15% no diagnóstico. No mundo, estima-se que três milhões dos casos não foram diagnosticados no mesmo período, e a falta de diagnóstico configura, assim, um dos principais desafios no combate à doença, que deve se agravar ainda mais na pandemia de Covid-19.

Simone Protti-Zanatta, também docente do DEnf e integrante da Rede-TB, explica que são dois os principais motivos para atraso no diagnóstico: a busca tardia por atendimento e o fato da doença não ser considerada uma possibilidade por profissionais de saúde. Outros sintomas da doença incluem produção de catarro, dor no peito, falta de apetite, emagrecimento e escarro com sangue.

“Geralmente as pessoas acometidas pela tuberculose têm febre há mais de um mês, ao final da tarde, não tão alta, além de suador noturno e cansaço. Ela acomete mais jovens adultos homens, entre 40 e 50 anos, e como os sintomas são inicialmente brandos, existe a demora pela procura do serviço de saúde”, pontua.

A pesquisadora explica que o processo de diagnóstico da doença, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, mais conhecido como bacilo de Koch, é simples, rápido e confiável. A dificuldade muitas vezes está na cultura dos profissionais, de não cogitarem a tuberculose como uma realidade atual e, portanto, não solicitarem os exames. E o cenário deve estar pior em 2021.

“Com a Covid-19, os serviços de saúde estão lotados, com escassez de profissionais, que estão esgotados. A Atenção Primária, responsável pela vigilância, não consegue alimentar o sistema e manter o olhar para doenças como a tuberculose, o que dificulta ainda mais o diagnóstico precoce e, consequentemente, o tratamento”, explica Protti-Zanatta.

Outro desafio é a adesão a tratamento, que envolve uma combinação de medicamentos oferecidos gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), que precisam ser tomados por seis meses.

“Muitas vezes o procedimento não é levado à risca, e os efeitos colaterais podem ser desencorajadores. Além disso, é comum que a pessoa sinta melhora em poucos dias e abandone os medicamentos, o que faz com que o bacilo se tornem ainda mais resistentes e dificulta o combate à doença”, detalha a pesquisadora.

Uma pessoa com tuberculose pode contaminar entre 10 a 15 pessoas ao redor. Se ela for diagnosticada precocemente e seguir com o tratamento, deixa de transmiti-la. No entanto, a cura só vem depois dos seis meses.

“Se a pessoa abandona o tratamento, ela segue espalhando a doença, já que a transmissão é por vias aéreas, como na tosse, espirro ou fala. Assim, continua a cadeia de transmissão, e ela mesma pode criar resistência à doença e ter o quadro agravado. Se não quebrarmos essa cadeia, não sairemos desse círculo preocupante”, pondera Yamamura. 

Fonte: https://www.acidadeon.com/saocarlos/cotidiano/NOT,0,0,1596094,pesquisadoras-da-ufscar-apontam-desafios-no-combate-a-tuberculose.aspx?fbclid=IwAR2vDkBMYkoOZrXkUeoky54qGgT4MgSCp1VELY_4EgdRwbR5HrPHWteALdQ

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