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Pesquisadores brasileiros avançam em nova vacina contra a tuberculose

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Foram comparadas amostras de três grupos de camundongos: um não imunizado, outro que recebeu a BCG convencional e um terceiro vacinado com a BCG recombinante. Em cada momento de análise, foram comparados quais genes estavam com a expressão aumentada ou diminuída nos diferentes grupos.

Já com sete dias de imunização foi possível ver uma mudança bem grande no grupo que recebeu a versão recombinante: cerca de 200 genes já estão sendo ativados, enquanto no grupo da BCG convencional ainda não estava acontecendo quase nada. Depois de 90 dias, a resposta à BCG convencional já começa a cair, enquanto no grupo recombinante ela se mantém. Mas a grande novidade é que as duas vacinas atuam por caminhos metabólicos bem diferentes e nós conseguimos mapeá-los. Os dados serão publicados em breve”, revela a pesquisadora.

“Algumas bactérias E. coli produzem toxinas sensíveis ao calor, conhecidas pela sigla LT (do inglês heat-labile toxin), que são altamente imunogênicas, isto é, induzem uma forte resposta do sistema imune. Na vacina recombinante nós usamos um fragmento detoxificado LT (denominado LTAK63). Ele não é capaz de causar doença, mas mantém a imunogenicidade, então funciona como um adjuvante da vacina BCG”, explica Cerqueira Leite.

Segundo a pesquisadora, os primeiros estudos usando a estratégia de BCG recombinante visavam o desenvolvimento de uma vacina neonatal contra a coqueluche. “Isso porque a BCG pode ser dada ao nascimento, enquanto o imunizante atualmente disponível contra a coqueluche [a vacina tríplice bacteriana, ou DTP] só oferece proteção a partir dos seis meses de idade. Nesse caso, usamos um fragmento da toxina produzida pela bactéria da coqueluche (Bordetella pertussis)”, relata.

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