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Profissionais da saúde relatam desgaste com falta de vacinas

Publicação: 14 de junho de 2021

Enfermeiros relatam dificuldades no dia a dia da vacinação no país e desafios no relacionamento com a população

“A gente não tem culpa se a população inteira não está sendo vacinada, então chegamos ao final do dia com um cansaço mental por querer fazer o melhor e às vezes não conseguir”, diz Juliana Martinez, 39, responsável técnica pela UBS (Unidade Básica de Saúde) do Parque Reid, em Diadema, região metropolitana de São Paulo.  

Sua justificativa tem um motivo: além de lidar com duas grandes campanhas de vacinação ocorrendo ao mesmo tempo no país, a da covid-19 e a da gripe, os profissionais da saúde também estão cara a cara com a frustração diária da população que quer ser imunizada logo contra o coronavírus. 

Mas para que as vacinas cheguem às pessoas, primeiro passam por uma pirâmide: o Ministério da Saúde compra e recebe as doses, distribui para os estados que, por sua vez, fazem a divisão entre os municípios e estes se organizam para seguir os protocolos de cada grupo prioritário. Os profissionais da saúde não têm autonomia sobre essas decisões.

“O protocolo vem com os critérios, como do grupo de comorbidades. Tentamos explicar isso na porta e a população não entende. Muitas vezes o hipertenso vem nos procurar, mas ele não se enquadra [no tipo descrito], então, às vezes, a pessoa não entende e sai chateada, com razão, né? É difícil”, conta Juliana.

O que acontece é que as vacinas ainda não são suficientes para que ocorra uma imunização em larga escala. Até o momento, apenas 20 milhões de pessoas receberam as duas doses contra a covid-19 e estão completamente imunizadas, o que corresponde a 9% da população total do país, como mostra o Vacinômetro do R7

“As doses vêm em um quantitativo correto para o grupo [prioritário], então se a gente desvia uma dose, alguém vai ficar sem. Eu falo para as pessoas que a minha vontade é de vacinar 24h [por dia], pra todo mundo ser vacinado de uma vez, mas infelizmente não temos vacina pra isso”, afirma Edilene Sicupira, 40, enfermeira da UBS de Itaobim, cidade do interior de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha.

Além da vacinação lenta, eles também precisaram lidar com o atraso na aplicação da segunda dose da CoronaVac, interrompida em grande parte das cidades depois que o Instituto Butantan, responsável pela fabricação do imunizante, ficou sem a matéria-prima que é importada da China.

“Isso foi uma questão em todo o país, hoje voltamos a receber [as doses]. As pessoas reclamam e ficam questionando, e a gente tem que explicar que não fomos nós que deixamos isso acontecer”, diz Raul Rodrigues, 32, enfermeiro e coordenador de vigilância em saúde de Itaobim.

Fonte: https://noticias.r7.com/saude/profissionais-da-saude-relatam-desgaste-com-falta-de-vacinas-24052021?fbclid=IwAR1qOIlPnuZ_OBvbX0cxtU38XP8uapbs4_LC4gLgBrO2ab0AuNwIf4MDbgQ

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