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REDE-TB critica planejamento vacinal brasileiro

O Ministério da Saúde apresentou, na terça-feira (01), definições preliminares da estratégia que vai pautar a vacinação da população contra a COVID-19. Pontos como grupos prioritários, eixos estratégicos do plano operacional, expectativas de prazos, investimento na rede de frio para armazenamento das doses, processos de aquisição de agulhas e seringas para atendimento da demanda e […]

O Ministério da Saúde apresentou, na terça-feira (01), definições preliminares da estratégia que vai pautar a vacinação da população contra a COVID-19. Pontos como grupos prioritários, eixos estratégicos do plano operacional, expectativas de prazos, investimento na rede de frio para armazenamento das doses, processos de aquisição de agulhas e seringas para atendimento da demanda e as fases da imunização em massa foram tratados durante o encontro.

Neste momento, a Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose REDE-TB manifesta preocupação e pede esforço das autoridades para negociar todas as vacinas que se mostrarem eficazes e seguras para proteção à população contra a COVID-19. Sabemos que do ponto de vista de campanha de saúde pública, essa é uma operacionalização complexa e que precisa ser discutida amplamente com todos os setores da sociedade para evitar polarização e politização na saúde brasileira. O momento pede cautela nas discussões sobre as estratégias de vacinação a serem adotadas a fim de não incorrermos na politização, que pode acarretar, inclusive, hesitação por parte da população em se vacinar. Nossa guerra é contra o vírus SARS-Cov2, buscamos proteção contra a doença.

Entretanto, enquanto o mundo se prepara para receber a vacina, no Brasil ainda não há um plano de vacinação e nem definição de quais vacinas serão compradas pelo governo federal. Essa discussão precisa ser levada a uma profundidade maior. A REDE-TB lamenta que o plano do governo parta do princípio de que só uma parcela da população terá a imunização contra o SARS-Cov2 garantida. É lastimável que até o momento, diferente de outros países, a exemplo do Reino Unido, Canadá e Alemanha, que compraram mais doses do que o número de habitantes, o Brasil sequer tenha feito os acordos necessários com as empresas para garantir a vacinação de sua população.

A REDE-TB ressalta a importância do Brasil adotar desde o começo da estratégia que vai pautar a vacinação da população a decisão da vacina para todos, e espera que o plano divulgado pelo governo, que foca em grupos prioritários, seja revisto. Esse planejamento, além de não ser o ideal, vai demandar quase um ano para que apenas a metade da nossa população seja vacinada. A REDE-TB reforça seu posicionamento de que as decisões devem ser baseadas na ciência e refuta justificativas que tomam por base o país de origem das vacinas. No que tange às limitações de refrigeração, esperamos que o Brasil contemple de forma robusta seu planejamento para aquisição dos equipamentos necessários, lembrando que nem mesmo a logística de compras e estocagem de seringas e agulhas está assegurada.

É necessário repensar as estratégias, para contemplar todos os grupos que devem ser vacinados.