Registros de doenças ‘regionais’ no AM diminuem durante pandemia
As doenças regionais, como a Malária, leishmaniose e tuberculose, apresentaram redução, enquanto os casos de dengue cresceram
O Amazonas teve alta no número de casos de dengue, em comparação com os três primeiros meses de 2020. Foto: Paulo H. Carvalho
MANAUS, AM – Desde março de 2020, a comunidade científica em todo o mundo tem voltado os seus olhares para o novo coronavírus. Mas enquanto a covid-19 estende seus tentáculos pelo globo, outras doenças já conhecidas ainda merecem atenção. Essas doenças regionais, inclusive, já são velhas conhecidas na região amazônica: malária, dengue, leishmaniose e tuberculose.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças como essas podem afetar cerca de 1,6 bilhão de pessoas no mundo. A América Latina, inclusive, está entre as regiões afetadas.
No entanto, dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) apontam que, mesmo durante a pandemia, o número de casos destas doenças diminuiu. Segundo a FVS e a Secretaria Municipal de Saúde, não houve subnotificação de casos, e muito menos interrupção no atendimento a pacientes com os males.
Confira, abaixo, os dados relacionados a essas doenças regionais.
Malária
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em 2019, a Amazônia concentrava 99% dos casos de malária. A doença, transmitida pelo mosquito Anopheles, tem maior proliferação na região por causa das condições demográficas, ambientais e sociais, que deixam a transmissão mais favorável.
Em todo o ano de 2020, a FVS registrou um total de 57.960 casos de malária. Já nos três primeiros meses de 2021, foram registradas 9.974 ocorrências da doença. O número é ligeiramente menor do que o registrado no mesmo período de 2020: 13.149 casos.
Tuberculose
Transmitida de forma semelhante à covid-19 – pelas vias aéreas – a doença ainda é uma vilã para o Amazonas. O estado concentra a maior taxa de tuberculose de todo o Brasil: 64,8 casos a cada 100 mil habitantes.
De janeiro a dezembro de 2020, foram registrados 2.863 casos da doença no estado. Em 2021, já foram 565 ocorrências nos três primeiros meses do ano. O número ainda é menor, inclusive, do que os três primeiros meses de 2020, quando 898 casos foram registrados.
Leishmaniose
Embora seja uma das doenças com o menor número de casos registrados em 2020, a leishmaniose continua sendo um problema para os amazonenses. A doença é transmitida por um mosquito, que é hospedeiro de protozoários do gênero Leishmania. Ela se apresenta de duas formas: a tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas; e a visceral, que ataca os órgãos internos.