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Série Especial DMCTB – Entrevista com Profa. Anete Trajman

Publicação: 26 de dezembro de 2018

Em apoio ao Dia Mundial do Combate à Tuberculose, a Rede de Pesquisa em Tuberculose fez uma série de entrevistas com Coordenadores de diversas áreas para falar sobre o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculosa, do Ministério da Saúde, o cenário atual e a atuação da própria Rede TB.

A primeira entrevistada da série é a Coordenadora da área de Ensaios Clínicos, Professora Anete Trajman.

O Ministério da Saúde tem o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como uma de suas metas. Este plano, além das ações usuais de controle de TB (Pilar 1), inova ao inserir a Proteção Social (PIlar 2) e a Pesquisa e Inovação (Pilar 3). Quais são as maiores dificuldades para que esse Plano possa ser bem sucedido? O que se deve fazer para que isso não ocorra?

As maiores dificuldades são a integração entre os pilares e o financiamento.

 

O que impede essa integração?

Falta financiamento. A integração é difícil porque há pouca comunicações entre serviços, gestão, sociedade civil e academia. A Rede TB representa uma rara oportunidade de alavncar esta integração. Já conquistou muitos avanços nesse sentido, mas é preciso avançar mais. A academia precisa dar mais retorno aos serviços e sociedade civil, e ouvir mais as necessidades. 

 

A Senhora participou da consulta pública aberta pelo Ministério da Saúde para reunir contribuições de gestores públicos, coordenadores de programa, representantes da sociedade civil na elaboração do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose? Quais foram suas sugestões?

Sim. Sugeri a inclusão de metas precisas para os indicadores, incluindo indicadores para investigação e tratamento da infecção latente. Primeiro para que haja transparência e clareza de que metas precisam ser cumpridas e, segundo, para que os monitores possam saber qual a distância que o serviço (ou município ou estado) se encontra dessas metas. É muito diferente um município que cumpriu 90% das metas de outro que tem um gap de 30 ou 40% em relação às metas. As providências a serem tomadas são muito diferentes.

 

Ainda segundo o Ministério da Saúde, apesar dos esforços realizados, a redução anual de casos novos de TB (incidência) continua em 1,5%. Para alcançarmos a meta de Eliminação de TB, a redução anual da incidência deve ser superior a 15% ao ano. Na sua opinião, o que deve ser priorizado em nosso país para agilizarmos o cumprimento desta meta?

Controle da ILTB (Infecção Latente por Tuberculose), novas tecnologias para garantir adesão ao tratamento, novos testes diagnósticos incorporados ao Sistema Único de Saúde, SUS (e que os incorporados sejam garantidos – sem descontinuidade do fornecimento, como vem acontecendo com PPD – teste tuberculínico – e com cartucho para TMR – Teste Rápido Molecular).

O que pode a Rede TB pode realizar para engajar ainda mais a área acadêmica no combate a Tuberculose?

Continuar divulgando as atividades, realizando encontros, fornecendo treinamentos, realizando pesquisas em rede.

 

Analisando a lista de prioridades entre as 7 Plataformas de Pesquisa (ver abaixo) estabelecidas no “survey” conduzido pela Rede TB e PNCT-SVS-MS em 2016, há temas adicionais que considera fundamental ser contemplado para alcançarmos a meta de Eliminação da TB no Brasil, até 2035 ?

Otimizar a utilização dos recursos já existentes. Não adianta incorporar tecnologias e não ter uma rede de serviço que utilize essa tecnologia.

 

ANETE TRAJMAN é Professora Visitante do Instituto de Medicina Social da UERJ e Adjunct Professor (sem vínculo empregatício) da Universidade McGill, Montreal, Canadá. Secretária do Comitê Científico de Tuberculose da International Union Against Tuberculsosis and Lung Diseases Outubro 2016-2018. Bolsista de Produtividade em Pesquisa 2 do CNPq e Cientista do Nosso Estado (FAPERJ 2008-2011). Pesquisadora Associada do Centro Rio de Saúde Global. Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1979), Residência Médica pelo Collège de Medecine de France, Hospital Cochin (Université Paris V). Mestre em Clínica Médica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992), Doutora em Clínica Médica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995) com período sanduíche na Barts and The London School of Medicine and Dentistry, Londres.

 

Por Raphael Silva

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