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Superbactérias matam mais que HIV e malária no mundo, indica novo levantamento

Publicação: 31 de janeiro de 2022

Em 2019 morreram cerca de 1,27 milhão de pessoas devido a micróbios resistentes a antibióticos; cenário preocupa médicos e afeta países ricos e pobres de forma desigual

SÃO PAULO —Cerca de 1,27 milhão de pessoas morrem por ano vítimas de micróbios resistentes a antibióticos, indica a estimativa mais precisa feita até agora. O número, relativo a 2019, aponta que as chamadas superbactérias estão matando mais do que o HIV ou a malária.

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O cálculo que levou a esse resultado foi divulgado nesta semana por um consórcio interno de pesquisadores coordenados pelo IHME (Instituto de Métrica e Avaliação em Saúde), ligado ao governo dos EUA. O mesmo levantamento indica ainda que o problema dos micróbios resistentes a drogas teve papel indireto em outras 4,9 milhões de mortes.

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O fenômeno da resistência a antimicrobianos preocupa há décadas, e é um processo biológico de evolução. À medida que bactérias são mais expostas a drogas que as matam, aquelas portadoras de mutações genéticas que favorecem resistência aos medicamentos proliferam mais, e sua disseminação dificulta o tratamento.

Historicamente existem dificuldades de se fazer estimativas globais sobre o problema. Como registros de óbitos tipicamente não incluem informações sobre o problema, o trabalho de epidemiologistas requer pesquisas feitas especificamente para estimar a prevalência das superbactérias. Em países com menos recursos, porém, existe um grande vazio de dados sobre o problema, o que torna difícil o monitoramento global.

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Para contornar a falta de estudos, um consórcio de 140 cientistas compilou virtualmente tudo o que se produziu de registros em 2019. Onde faltavam dados, os pesquisadores usaram técnicas estatísticas e projeções para fazer estimativas.

“Este estudo apresenta a estimativa mais abrangente do impacto da resistência antimicrobiana feita até hoje”, escreveram em artigo na revista médica The Lancet os cientistas, liderados por Christopher Murray, do IHME.

“Nós estimamos mortes e o impacto na expectativa de vida causados ou influenciados pela resistência antimicrobiana de 23 patógenos (bactérias) contra 88 combinações de drogas em 204 países e territórios”, detalham os cientistas. “Obtivemos dados de estudos de revisão, sistemas hospitalares, programas de vigilância e outras fontes”. 

Fonte: https://oglobo.globo.com/saude/superbacterias-matam-mais-que-hiv-malaria-no-mundo-indica-novo-levantamento-1-25363908

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