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Vacina BCG: cobertura tem baixa histórica, e postos recebem até 78% menos imunizantes

Diversos estados brasileiros relatam receber menos de 50% da quantidade de doses necessárias; país registra a pior cobertura com o imunizante, abaixo de 60% do público-alvo

No final de abril, o Ministério da Saúde enviou uma circular aos estados informando sobre a disponibilidade limitada de estoque da vacina BCG nos próximos sete meses, orientando a racionalização do imunizante para evitar o desabastecimento. Desde então, a redução tem levado diversos municípios a limitarem o número de postos que oferecem a vacina e a adotarem estratégias como agendamento prévio para lidar com os baixos quantitativos. Segunda a pasta, a distribuição passou de 1 milhão para 500 mil unidades ao mês. Porém em alguns lugares, como em Belo Horizonte, o total de doses recebidas em agosto chega a ser 78,6% menor que as remessas anteriores – um cenário que preocupa pelo Brasil estar com a cobertura vacinal em 56%, distante da meta de 90% pelo quarto ano seguido.

Na capital mineira, eram recebidas, em média, 21 mil unidades da vacina antes da redução nacional. O contingente diminuiu para 7,3 mil doses. Porém, neste mês, o quantitativo foi de apenas 4,2 mil. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o imunizante passou a ser oferecido em somente 10 unidades de saúde “para otimizar o estoque e evitar o desperdício”. De acordo com a pasta estadual, para suprir as demandas de todos os municípios são necessárias 75 mil doses, mas nos últimos meses Minas Gerais tem recebido cerca de 41,5 mil.

Levantamento com estados e capitais brasileiras feito pelo GLOBO mostra que o cenário afeta praticamente todas as regiões. Em Cuiabá, a aplicação da BCG chegou a ser suspensa no dia 18 de julho, e foi retomada apenas nesta segunda-feira. A Secretaria Municipal de Saúde alertou que a quantidade recebida é insuficiente para abastecer toda a rede pública e, por isso, dividiu a aplicação do imunizante em apenas quatro unidades de saúde.

Em diversos estados o quantitativo enviado pelo ministério está longe do necessário para a população. No Espírito Santo, o total de doses enviadas tem sido de somente 60% do solicitado. No Rio Grande do Sul, 55,5%; em Santa Catarina, 45,3%; no Ceará, 45%; em São Paulo, 40%; no Rio Grande do Norte, 35%; em Goiás e na Bahia, 30%; em Roraima, 29%, e na Paraíba, 17,9%.

Na capital do Rio de Janeiro, o recebido no momento é de 50% do que era enviado anteriormente. Em Aracaju, capital do Sergipe, o contingente é 38,5% do necessário; em Manaus, capital do Amazonas, de 45% e, em Recife, capital de Pernambuco, de apenas 7,1%. No Distrito Federal, onde as doses recebidas correspondem a apenas 31,2% das remessas anteriores, a Secretaria Estadual de Saúde informou ainda que há somente 200 unidades em estoque, que devem durar por apenas mais uma semana.

Fonte: https://oglobo.globo.com/saude/medicina/noticia/2022/08/bcg-queda-na-quantidade-disponivel-da-vacina-chega-a-78percent-nos-postos-do-pais.ghtml