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Brasileiros desenvolvem algoritmos que detectam câncer e tuberculose

Publicação: 14 de fevereiro de 2023

Projeto usa inteligência artificial para analisar tomografias e radiografias e apontar diagnósticos. Plataforma pretende unificar exames de imagem feitos no SUS

A falta de um sistema que possa consolidar exames feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), não raro, dificulta o processo de tratamento e acompanhamento de casos. Por isso, especialistas do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, conduzem um novo projeto que utiliza inteligência artificial (IA) para criar uma plataforma que atenda essa demanda.

A iniciativa, inédita no Brasil, permite que exames como raio-x e tomografia sejam analisados por algoritmos no diagnóstico de algumas doenças. Nomeado “Banco de Imagens”, o projeto é conduzido pelo Einstein e faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), em parceria com o Ministério da Saúde.

Segundo o radiologista Pedro Vieira, coordenador médico de inteligência artificial do Einstein, muitos dos exames realizados no SUS — como raios-x em chapa — se perdem ao longo dos anos, justamente pela inexistência de uma plataforma que os unifique. Com isso, o histórico do paciente também se vai e exames são repetidos, levando ao desperdício de recursos no sistema de saúde.

“Pensando nisso, iniciamos nossos estudos em 2018, com o objetivo de criar alternativas viáveis para o armazenamento e compartilhamento de exames, potencializando o poder do dado no tratamento do paciente”, relata Vieira, a GALILEU. “O Brasil tem uma grande vantagem, o SUS, que já faz um trabalho de integração; o que faltava era a tecnologia.”

Sistema unificado

O Banco de Imagens tem um aplicativo que digitaliza os exames e os encaminha para uma base de dados na nuvem. Uma vez na plataforma, os algoritmos de IA produzidos pela equipe fazem a leitura do exame e indicam possíveis diagnósticos.Pacientes com câncer devem redobrar cuidados com a pele durante o verãoBrasileiros desvendam áreas visuais do cérebro ligadas a cegueira congênita

Até o momento, três algoritmos já foram desenvolvidos. Um para ler raio-x de tórax e indicar tuberculose; outro que avalia tomografias de crânio que apontem infecção cerebral pelo vírus zika; e um que tira fotos da pele para identificar se há indícios de melanoma, tipo agressivo de câncer de pele.

“Isso para o SUS tem um impacto gigantesco, porque a quantidade de exames realizados diariamente é muito grande e há uma dificuldade de conseguir um especialista que possa ler as imagens. Com essa ferramenta, que faz a análise em segundos, é possível otimizar a fila e salvar mais vidas”, destaca o radiologista.

No entanto, o uso da tecnologia não dispensa atendimento médico. A plataforma faz uma panorama geral do exame e mostra a predisposição para a doença. A partir daí, o paciente é encaminhado para um especialista que fará o diagnóstico, de fato, e seguirá com o tratamento necessário.

“O sistema amplia muito a capacidade do profissional. Isso ajuda enfermeiros, técnicos de enfermagem e até agentes de saúde que atendem em ambulatórios a dar o mesmo nível de avaliação que um paciente num centro especializado teria, pois o algoritmo lê isso da mesma maneira”, conta Vieira.

Fonte: https://revistagalileu.globo.com/saude/noticia/2023/02/brasileiros-desenvolvem-algoritmos-que-detectam-cancer-e-tuberculose.ghtml

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