Publicação: 28 de junho de 2021
A tuberculose é um problema de saúde global e a Organização Mundial da Saúde fez novas recomendações para o tratamento da doença na sua forma resistente.
As infecções bacterianas resistentes estão aumentando de forma global, e dentre elas está a tuberculose. A ideia de 20 anos atrás seria criar um planejamento para acabar com a tuberculose, mas infelizmente até agora isso não foi possível.
A tuberculose multidroga resistente é causada por uma cepa de Mycobacterium tuberculosis que é resistente no mínimo à isoniazida e rifampicina, os dois medicamentos de primeira linha utilizados para o tratamento das tuberculose.
Nesse artigo será versado sobre a última diretriz liberada pela OMS em 2020 a fim de auxiliar no combate à tuberculose a fim de exterminá-la. portanto um pouco sobre o contexto e sobre a produção serão abordaods.
Bem, só de existir bactérias multirresistentes já estamos falando de um assunto muito sério.
No que se refere ao tamanho do problema, segundo a OMS, 3,3% dos novos casos e 18% dos casos antigos (tratados) de tuberculose ao redor do mundo em 2019 eram MDR (multidroga resistente)/rifampicina resistente.
Em números absolutos isso significa em torno de meio milhão de pessoas (400/535 mil pessoas). Em torno de 105 países e territórios ajudaram a construir dados, relatando que as cepas resistentes a uma das fluoroquinolonas foram 20,1%. Apesar disso parece já parecer ruim, pode piorar mais ainda, pois apesar de os países estarem expandindo o número de diagnósticos para a resistência da tuberculose, apenas 206030, isso é, 44% do total estimado foram notificados em 2019, devido a isso, acredita-se que o número é subestimado.
No meio de tanta notícia ruim, vem uma boa agora, dentre todas as pessoas diagnosticadas, felizmente a maioria com tuberculose resistente conseguiu acesso ao tratamento (86%).
Se comparados com pacientes sem resistência, os que necessitam de intervenções mais longas ou mais sérias possuem maior efeitos adversos dos medicamentos. Nas últimas décadas os tratamentos para TB resistente tenderam a durar ≥ 20 meses, no entanto os últimos protocolos sugeridos pela organização mundial da saúde giram em torno de 9-12 meses, desde 2016.
Apesar desse desenvolvimento em relação a implementação e programação do tratamento, ainda é um desafio para os pacientes e para os sistemas de saúde essa longa duração do tratamento e sua segurança, pois envolvem dentre outros custos, barreiras sociais e financeiras.
Apenas 57% dos pacientes MDR/RR e 47% dos pacientes MDR/RR + fluorquinolonas resistentes tiveram sucesso no tratamento baseado em uma coorte iniciada em 2017.
Essa iniciativa em prol de estabelecer diretrizes para um tratamento eficiente para a tuberculose além de expandir o acesso ao cuidado faz parte da estratégia para acabar com a tuberculose. Desde 1996 o programa global da OMS para a tuberculose vem desenvolvendo diretrizes e implementando manuais para o manejo e tratamento da TB resistente.
O desenvolvimento de diretrizes busca passar por um programa técnico, buscando garantir que o processo seja transparente e baseado em evidências, buscando se pautar nos mais corretos preceitos éticos estabelecidos pela ciência. A metodologia GRADE (Avaliação da graduação das recomendações, desenvolvimento e evolução) é a base para a criação dos guidelines.
Ainda no ano de 2019 a OMS já divulgou, por meio online, quem seria a lista de experts interessados em participar do grupo de desenvolvimento de diretrizes, além das metas e objetivos de tal documento. Além disso, a OMS também emitiu uma chamada pública, pedindo para indústrias, pesquisadores e programas nacionais e outras agências que trabalhassem com a tuberculose para fornecer base de dados para dar robustez e evidências à diretriz que estava para ser criada. Com base nisso, a OMS encabeçou estudos como revisões sistemáticas e meta-análises em prol de juntar as evidências disponíveis no que se refere a regimes de tratamentos de TB resistente.
O desenvolvimento se baseou em várias perguntas elaboradas com a estratégia PICO (População, intervenção, comparação e resultado).
A OMS recomenda fortemente que esse esforço não seja em vão, isso é, segundo a organização, é necessário que os stakeholders, políticos e pessoas envolvidas de alguma forma com a tuberculose auxiliem no combate e que seja criada uma força que trabalhe em conjunto em prol de entregar melhor qualidade de vida e resultados mais promissores às pessoas que são acometidas por essa doença.
Portanto, para saber sobre os resultados, as pesquisas PICO realizadas pela equipe para a produção da diretriz, as referências, quem foi a equipe, entre outros assuntos envolvendo essa diretriz, acesse aqui.