No Brasil, 65,2% dos acometidos pela tuberculose são pessoas pretas e pardas
Entre 2010 e 2021 o Ministério da Saúde registrou aumento de 14,5% na mortes de pessoas negras pela doença; veja cuidados
No Brasil, 65,2% dos acometidos pela tuberculose são pessoas pretas e pardas. Os dados são de boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde e apontam para 84 mil novos casos da doença registrados em 2023, em sua maioria pacientes do sexo masculino (68%). O boletim também revela que entre 2010 e 2021 foram registrados um aumento do índice de mortes de pessoas negras, passando de 14,5%. A média anual de mortes chega a 4,5 mil. Desde 2023 até o primeiro semestre deste ano, foram contabilizados 36,4 mil atendimentos no SUS.
A tuberculose é uma doença que afeta principalmente os pulmões, embora outros órgãos e sistemas também possam ser prejudicados. A evolução da doença é mais comum em pessoas vivendo com vírus HIV, especialmente aquelas com comprometimento imunológico. A doença é transmitida pela via respiratória, pela eliminação de aerossóis (partículas sólidas ou líquidas suspensas no ar) produzidas pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com tuberculose ativa pulmonar, ou laríngea, sem tratamento.
Em 2009 o Ministério da Saúde criou a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, uma estratégia para combater o racismo institucional e a discriminação no SUS, além de reduzir as desigualdades étnico-raciais. A política visa promover a saúde da população negra por meio de ações de prevenção, cuidado, formação profissional e participação popular.
O documento estabelece orientações, metas e diretrizes para garantir que as especificidades em saúde desse grupo sejam atendidas pelo SUS, englobando ações em cuidados de saúde, vigilância, prevenção de doenças e combate ao racismo institucional nos serviços de saúde.