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Série Especial DMCTB – Entrevista com Prof. Antonio Ruffino Netto

Publicação: 26 de dezembro de 2018

Na segunda entrevista da Série Especial do Dia Mundial do Combate à Tuberculose, o Professor Antonio Ruffino Netto, Coordenador da área de Recursos Humanos, fala sobre a importância do envolvimento de todos os atores da sociedade, do papel da Rede TB e sobre o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose, do Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde tem o Plano Nacional de Eliminação da Tuberculose como uma de suas metas. Quais são as maiores dificuldades para que esse Plano possa ser bem sucedido? O que se deve fazer para que isso ocorra?

Entre os problemas está o econômico. É necessário o uso racional dos recursos financeiros. Ocorre a má aplicação de dinheiro, sem levar em conta custo-efetividade das ações, é desperdício frequente nos órgãos públicos.

Outro problema diz respeito ao aspecto cultural (educacional) de todos os envolvidos no PCT: conhecimento técnico, competência, responsabilidade, autenticidade, fidelidade, continuidade, regularidade. Isto deve abranger todos os gestores, desde o nível federal até o estadual e municipal. Devemos lembrar também do aspecto cultural/educacional da própria população alvo.

Na sua opinião, qual a melhor forma de racionalizar a aplicação de recusros financeiros em órgãos públicos? Há algum exemplo a ser seguido?

Realizar pesquisa operacional antes de incorporar novos procedimentos. Efetuar avaliação de tecnologias em saúde incluindo o impacto epidemiológico, clínico e econômico. Há exemplos na literatura médica.

O Plano Nacional de Eliminação da Tuberculose pretende servir de subsídio para o planejamento das ações que permitam a melhoria dos indicadores de tuberculose nos municípios brasileiros. Na sua opinião, quais ações deveriam ser descritas nesse documento? Porque?

Impedir fatores propícios ao desenvolvimento da Tuberculose.

Que fatores são esses? Poderia nos exemplificar?

São fatores de ordem econômico-social. Melhoria de condições de vida. A literatura médica está repleta de exemplos de países onde essa melhoria sócio-econômica mudou o rumo da TB no país.

Quais são as prioridades do Plano Nacional de Eliminação da Tuberculose na área que o senhor coordena na Rede TB?

Implementar pesquisas operacionais e formação de Recursos Humanos para conduzir pesquisa.

O que o senhor acha do papel da Rede TB no apoio dessa campanha e o que ela pode ajudar em pesquisas?

A Rede TB desde o início tem desempenhado um papel que julgo extremamente importante, contribuindo no desenvolvimento e fomentação de pesquisas puras e/ou operacionais. Tem atuado também na extensão de serviços para a comunidade, além de ter fomentado a formação de Recursos Humanos para pesquisas importantes para o PCT. 

O Ministério da Saúde abre consulta pública para reunir contribuições de gestores públicos, coordenadores de programa, representantes da sociedade civil e demais interessados na elaboração do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose…

O projeto de pesquisa/educacional e fomento de mudança cultural deverá ser um projeto global, abarcando todos os que produzem e os que sofrem na luta contra a Tuberculose.

Qual o papel da sociedade nessa campanha? O que pode ser feito para engajar ainda mais a mesma no combate à Tuberculose?

Devem ser convidados a participar desse projeto global de modificação de postura, todos os envolvidos: educadores, sociólogos, antropólogos, economistas, serviço social (políticos, religiosos, comunitários) e também médicos e enfermeiros.

Analisando a lista de prioridades entre as 7 Plataformas de Pesquisa (ver abaixo) estabelecidas no “survey” conduzido pela Rede TB e PNCT-SVS-MS em 2016, há temas adicionais que considera fundamental ser contemplado para alcançarmos a meta de Eliminação da TB no Brasil, até 2035 ?

Implementar plataformas de pesquisas epidemiológicas, operacionais e sistema de saúde, e planejamento e gestão.

Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos nove anos, a incidência de casos de tuberculose no Brasil reduziu 13,2%, passando de 38,7 casos/100 mil habitantes em 2006 para 33,6 casos/100 mil habitantes em 2015. Já a taxa de mortalidade chegou a 2,2 óbitos para cada 100 mil habitantes, em 2015, contra 2,6 registrados em 2004. Em relação ao número de casos novos, a redução foi de 4,8% nos últimos nove anos. Quais são os maiores méritos pela redução desses índices e o que ainda pode ser feito?

Foi implementação do PCT. Muito ainda tem a ser feito. A redução do problema ocorre de forma exponencial negativa, ainda vai demorar algum tempo para reduzir a metade do seu valor. Karel Styblo já tinha mostrado isso em seus trabalhos.

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