Publicação: 25 de abril de 2023
Na média nacional, são menos de 40 infecções por 100 mil habitantes, mas é uma situação que reflete a desigualdade do país por ser uma doença diretamente ligada às condições de vida. A região Norte é a mais afetada.
O Brasil atingiu o maior número de mortes por tuberculose dos últimos 20 anos, mesmo sendo uma doença que tem prevenção e cura.
Difícil dizer onde acontece o contágio de uma doença transmitida no ar. Quando a assistente de desenvolvimento de sistemas Thainá Pereira dos Santos percebeu os primeiros sintomas, não imaginou que se tratasse de uma tuberculose resistente aos antibióticos.
A tuberculose pode se instalar nos gânglios, rins, olhos, ossos, mas é mais comum nos pulmões, que reagem à infecção com muco enquanto a bactéria destrói os alvéolos, o que pode romper vasos sanguíneos. Por isso vem a tosse persistente, eventualmente com sangue. Foi esse sintoma que levou a estudante de medicina Shero Dote até a UBS.
Dados do Ministério da Saúde mostram que a tuberculose mata 14 pessoas por dia no Brasil, um recorde em quase duas décadas. Só no ano passado foram 78 mil novos casos.
No país, a região Norte é a mais afetada. Na média nacional, são menos de 40 infecções por 100 mil habitantes, mas essa é mais um caso em que a desigualdade marca o mapa do Brasil.
Em lugares com maior densidade populacional, como em alguns pontos das periferias das grandes cidades, a estatística da tuberculose fica bem acima da média porque, segundo os médicos, essa é uma doença diretamente ligada às condições de vida: alimentação, moradia, acesso a tratamento de saúde.