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VIII Workshop virtual REDE-TB: Ciência e Tecnologia frente à pandemia

O espaço virtual será uma forma de incentivar a pesquisa no que tange aos avanços e desafios para eliminação da tuberculose e a mitigação do seu impacto nas populações vulneráveis

Repentinamente as rotinas foram e, continuam, completamente alteradas. A pandemia mudou a forma como vivemos, nos relacionamos e trabalhamos. Estamos nos adaptando a novos jeitos de viver e conviver. Assim, o VIII Workshop Nacional da Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose REDE-TB seguiu essa tendência e será realizado de forma virtual, simultaneamente ao 56º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MEDTROP Play 2021), que será realizado entre os dias 25 e 28 de outubro.

O vice-presidente da REDE-TB, Dr. Ricardo Alexandre Arcêncio, professor associado da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP), explica que apesar das mudanças provocadas pelo coronavírus, o interesse pela ciência cresceu proporcionalmente ao agravamento da pandemia. “Nesse momento a produção científica é crucial. Precisamos colocar a ciência e a tecnologia frente à pandemia. A comunidade científica vem exercendo seu papel na busca de evidências nas pesquisas em Tuberculose a troca de conhecimento e a mobilização social são fundamentais para o avanço no controle da doença no país. Foi por isso que a REDE-TB optou em realizar o Workshop de forma virtual”, complementa.

Ainda de acordo com ele, o objetivo do evento é estimular e fortalecer o debate acadêmico sobre a temática da Tuberculose, bem como promover a integração do ensino, pesquisa, serviço e gestão. “Queremos promover o intercâmbio de experiências e informações entre os profissionais, gestores, pesquisadores, acadêmicos e sociedade civil sobre os avanços e desafios da TB de forma a fomentar o debate e agregar conhecimentos para translação do conhecimento para prática e política pública”, assinala o vice-presidente.

Neste sentido, os preparativos avançam. A Dra. Silvana Spindola, professora titular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), coordenadora da área de Diagnóstico da REDE TB e membro da comissão científica do VIII Workshop, ressalta que a ideia de possibilitar aos participantes o espaço virtual para a exposição de seus trabalhos será uma forma de incentivar a pesquisa no que tange aos avanços e desafios para a eliminação da Tuberculose e a mitigação dos seus impactos nas populações vulneráveis. Para ela, essa será uma excelente oportunidade para reunir organizações, universidades, instituições de pesquisa, indústrias, ONGs, associações interessadas em participar do processo, bem como promover investimentos em pesquisa de Tuberculose.

Para a Dra. Anna Cristina Calçada Carvalho, pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), integrante da Área de TB em Pediatria da REDE-TB e da Comissão Científica, a realização do VIII Workshop paralelamente com as atividades do MEDTROP Play vai atualizar e aprimorar saberes dos pesquisadores, estudantes e profissionais nas diversas áreas do conhecimento ligadas à saúde, em todo o processo de assistir, cuidar, avaliar e tratar da Tuberculose. “Nossa programação prevê debates atuais baseados nas mais robustas e atuais evidências, sob o ponto de vista dos convidados, além de painéis com renomados especialistas nacionais e internacionais, com ampla e singular linguagem, em interconexão com as demandas da sociedade e na perspectiva da interprofissionalidade e multidisciplinaridade”, ressalta. A programação trará ainda uma conferência com o Dr. Antônio Ruffino Netto, professor titular da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador da Área de Epidemiologia da REDE-TB, que abordará a criação e trajetória da REDE-TB, que neste ano completa 20 anos de existência.

Em relação a participação de estudantes dos diversos níveis da formação (graduação, stricto sensu e/ou lato sensu), a Dra. Monica Kramer, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), membro da Área de Controle de Infecção da REDE-TB e também integrante da Comissão Científica, vê como uma oportunidade que pode despertar ainda mais o interesse à pesquisa, bem como introduzir na sua práxis as inovações trazidas no evento. Para ela, isso se fundamenta no fato de, por exemplo, o Workshop Nacional de 2018, realizado simultaneamente ao MEDTROP, ter reunido cerca de 800 inscritos. Até o momento, o VIII Workshop já conta com mais de 300 inscrições.

Os Workshps Nacionais da REDE-TB tornaram-se referência no calendário brasileiro e nas discussões sobre pesquisas em Tuberculose, HIV/Aids, com uma história traçada ao longo de quase 20 anos. Em parceria com agências de fomento, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), Ministério da Saúde, além de cooperações internacionais, os eventos da REDE-TB sempre foram pautados na proposta prioritária do trabalho interdisciplinar e intersetorial de promover a interação entre governo, academia, provedores de serviços de saúde, sociedade civil e indústria, a fim de desenvolver e implementar novas tecnologias e estratégias para melhorar o controle da Tuberculose em todo o País. “A cada evento a REDE-TB se renova, pela inserção de novos atores e novos conhecimentos científicos e tecnológicos trazidos em suas conferências que, em articulação com a sociedade civil, se fortalece na missão de controle da doença e no avanço das políticas públicas e definições de ações estratégicas na agenda da saúde, sempre em busca de mitigar e aliviar o sofrimento humano decorrente da doença”, ressalta a presidente da REDE-TB e professora Titular da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Dra. Ethel Maciel.

Além do VIII Workshop Nacional da Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose REDE-TB, também estão previstos: Entomol8, ChagasLeish, Reunião Nacional de Pesquisa em Malária, 4º Fórum Social Brasileiro de Enfrentamento de Doenças Infecciosas e Negligenciadas e Fórum COVID-19. A participação nos eventos satélites, que ocorreram simultaneamente ao Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, amplia a participação do púbico e possibilita a integração dos grupos. Eles representaram uma excelente oportunidade para os participantes posam trocar suas expertises, debater possíveis parcerias em outras áreas e em projetos de colaboração. Nas atividades do MEDTROP PLAY estão planejados 16 cursos pré-congresso, 24 conferências, 48 minicursos, 72 mesas redonda e a apresentação dos temas livres e E-posterês.