Publicação: 18 de abril de 2023
Minidoor social de combate à tuberculose instalado na favela de Acari, no Rio de Janeiro.
Comunidades do Rio de Janeiro e do Recife, em Pernambuco, receberam a campanha do Ministério da Saúde, em parceria com a Agência de Notícias das Favelas (ANF), de divulgação no combate à tuberculose, através dos minidoors sociais.
Ao todo, 125 minidoors foram instalados nas periferias do Rio e do Recife. Estas localidades foram indicadas pelo próprio Ministério da Saúde, com base em índices de casos de tuberculose nestes lugares.
No Rio de Janeiro, 99 placas estão nas comunidades da Cidade de Deus, Complexo da Maré, Complexo da Penha, Vigário Geral, Complexo do Alemão, Manguinhos e no Complexo de Acari.
Outros 26 minidoors estão instalados nas favelas Caçote II e Imbiribeira, no Recife.
Cada morador que tem um minidoor social em casa recebe uma quantia para ceder o espaço para a propaganda. Pedro Paulo Caldas, 62 anos, morador da comunidade do Amarelinho, em Acari, zona Norte do Rio, fala sobre este reforço na renda familiar e a importância da propaganda que alerta as comunidades.
“Tem que ter minodoor social, pois o pessoal fica mais informado. Quanto mais publicidade, melhor para todo o povo“, diz Pedro, que conviveu de perto com a tuberculose.
Ele teve a doença há 10 anos. O resultado positivo veio depois de ter notado um forte emagrecimento, além de tosse intensa, chegando até a ter sangramentos.
“No primeiro momento, cheguei a ficar assustado, pois os primeiros quinze dias foram os piores. Cheguei a sangrar, pensei que fosse morrer”. Mas o diagnóstico e o tratamento correto, que durou um ano, curou Pedro.
A campanha de combate à tuberculose tem como principal objetivo eliminar a doença do país até 2030, segundo informou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em coletiva realizada no Dia Mundial de Combate à Tuberculose, 24 de março, em Brasília.
“Não é admissível que, no século 21, pessoas percam a vida por uma doença que tem prevenção, tratamento e cura. O Sistema Único de Saúde oferece teste e tratamento. Ações de prevenção, como vacinação e diagnóstico, também são fundamentais”, disse a ministra.
A tuberculose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada bacilo de Koch. A doença atinge, principalmente, os pulmões, porém pode afetar a outros sistemas do corpo humano.
Segundo o Ministério da Saúde, a forma extrapulmonar, que afeta outros órgãos além do pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas vivendo com HIV, especialmente aquelas com comprometimento imunológico.
No mundo, a cada ano, cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose. A doença é responsável por mais de um milhão de óbitos anuais. No Brasil, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose, informa o Ministério da Saúde.
A tuberculose pode ser transmitida por via respiratória e pela eliminação de bactérias pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa infectada. Segundo o Ministério da Saúde, uma pessoa com a doença e sem tratamento pode infectar cerca de 10 a 15 indivíduos em até um ano.
A tuberculose pode ser descoberta após os seguintes sintomas:
Caso esteja com algum desses sintomas, deve-se procurar imediatamente uma unidade de saúde para fazer o exame de diagnóstico.
Caso o resultado seja positivo, o tratamento pode levar no mínimo seis meses. A tuberculose tem cura quando o todo o processo de tratamento é feito de forma adequada, até o final.
O exame, tratamento e medicações são fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), através das Unidades Básicas de Saúde.
Cartaz da campanha do Ministério da Saúde para o combate à tuberculose. IMAGEM: Divulgação/Ministério da Saúde
Segundo dados do Ministério da Saúde em 2022, cerca de 78 mil pessoas adoeceram por tuberculose no Brasil. Isto significa que, de cada 100 mil habitantes, 36,3 foram atingidos pela doença. O número representa um aumento de 4,9% em relação a 2021. Os dados são da edição especial do Boletim Epidemiológico da doença, divulgado no dia 24 de março.
Com relação aos óbitos provocados pela doença, em 2021, cerca de 5 mil pacientes acabaram falecendo, vítimas da Tuberculose no Brasil. Isto representa 2,38 mortes a cada 100 mil habitantes. De acordo com o Ministério da Saúde, a última vez que o país registrou número de óbitos superior a 5 mil, foi em 2002.
O minidoor social foi criado pela Agência de Notícias das Favelas (ANF) há mais de dez anos. Atualmente, está presente em periferias 15 estados do Brasil.
Cada morador recebe um valor para alugar o espaço para que o minidoor seja instalado. Na campanha do Ministério da Saúde em parceria com a ANF, 125 famílias serão beneficiadas.
Desde que o minidoor social foi criado, cerca de R$ 2 milhões foram distribuídos para diversas famílias que cederam seus espaços para a instalação e veiculação da publicidade.
Fonte: https://www.anf.org.br/favelas-recebem-minidoors-com-campanha-de-combate-a-tuberculose/
